Um dos mais respeitados poetas brasileiros, João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999) trouxe a lume em 1955 o poema regionalista "Morte e Vida Severina", que retrata a fuga da seca de retirantes que seguem o curso do rio Capibaribe até a cidade de Recife. Nessa jornada, o protagonista luta para escapar da morte que o cerca, mesmo que seja apenas por uma vida severina.
"Somos muitos Severinos
iguais em tudo na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra."
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O poema foi adaptado em 1965 para o Teatro, com músicas brilhantes de Chico Buarque, ganhou uma versão para o cinema em 1977, com direção de Zelito Viana e uma adaptação televisiva em 1981 pela Rede Globo.
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