"Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra."
Pablo Neruda foi um poeta chileno, considerado uma das vozes mais elevadas da poesia mundial do século XX. Apaixonado pela vida e corajoso intelectual militante, sua trajetória levou-o a aventurar-se como um dos mais expressivos poetas da língua espanhola, que soube cantar, em um só tempo, o amor que abarca o cosmos e a escuridão da opressão em tempos de luta. Um olhar que abrange tanto a vastidão dos seres como o abismo interior da linguagem. Ganhador, em 1971, do Prêmio Nobel de literatura, Neruda pertence à tradição viva da mais alta poesia castelhana.
Filho de um operário ferroviário e de uma professora primária, nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Parral (Chile). Seu nome verdadeiro era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Perdeu a mãe no momento do nascimento. Em 1906, a família mudou-se para a cidade de Temuco. Começou a estudar por volta dos sete anos no Liceu para Meninos da cidade. Ainda em fase escolar, publicou seus primeiros poemas no jornal “ La Manãna”. No ano de 1920, passou a contribuir com a revista literária “Selva Austral”, já utilizando o pseudônimo de Pablo Neruda (homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda e ao francês Paul Verlaine).
Em 1921, foi morar na cidade de Santiago e estudou pedagogia no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile. Em 1923 publicou ‘Crepusculário” e no ano seguinte “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, já com uma forte marca do modernismo.
No ano de 1927, começou sua carreira diplomática, após ser nomeado cônsul na Birmânia. Em seguida passou a exercer a função no Sri Lanka, Java, Singapura, Buenos Aires, Barcelona e Madrid. Nesta viagens, conheceu diversas pessoas importantes do mundo cultural. Em Buenos Aires, conheceu Garcia Lorca, e em Barcelona Rafael Alberti.
Em 1930, casou-se com María Antonieta Hagenaar, divorciando-se em 1936. Logo após começou a viver com Delia de Carril, com quem se casou em 1946, até o divórcio em 1955. Em 1966, casou-se novamente, agora com Matilde Urrutia.
Em 1936, explodiu a Guerra Civil Espanhola. Comovido com a guerra e com o assassinato do amigo Garcia Lorca, comprometeu-se com o movimento republicano. Na França, em 1937, escreveu “Espanha no coração”. Retornou neste ano para o Chile e começou a produzir textos com temáticas políticas e sociais.
Em 1936, explodiu a Guerra Civil Espanhola. Comovido com a guerra e com o assassinato do amigo Garcia Lorca, comprometeu-se com o movimento republicano. Na França, em 1937, escreveu “Espanha no coração”. Retornou neste ano para o Chile e começou a produzir textos com temáticas políticas e sociais.
No ano de 1939, foi designado cônsul para a imigração espanhola em Paris e pouco tempo depois cônsul Geral do México. Neste país escreveu “Canto Geral do Chile”, que é considerado um poema épico sobre as belezas naturais e sociais do continente americano.
Ele fala nos Libertadores no capítulo IV :
XXIX- Castro Alves do Brasil
Castro Alves do Brasil, para quem cantaste?
Para a flor cantaste? Para a água
cuja formosura diz palavras às pedras?
Cantaste para os olhos para o perfil recortado
da que então amaste? Para a primavera?
Sim, mas aquela pétalas não tinham orvalho,
aquelas águas negras não tinham palavras,
aqueles olhos eram os que viram a morte,
ardiam ainda os martírios por detrás do amor,
a primavera estava salpicada de sangue.
- Cantei para os escravos, eles sobre os navios
como um cacho escuro da árvore da ira,
viajaram, e no porto se dessangrou o navio
deixando-nos o peso de um sangue roubado.
- Cantei naqueles dias contra o inferno,
contra as afiadas línguas da cobiça,
contra o ouro empapado de tormento,
contra a mão que empunhava o chicote,
contra os dirigentes de trevas.
- Cada rosa tinha um morto nas raízes.
A luz, a noite, o céu, cobriam-se de pranto,
os olhos apartavam-se das mãos feridas
e era a minha voz a única que enchia o silêncio.
- Eu quis que do homem nos salvássemos,
eu cria que a rota passasse pelo homem,
e que daí tinha de sair o destino.
Cantei para aqueles que não tinham voz.
Minha voz bateu em portas até então fechadas
Para que, combatendo, a liberdade entrasse.
Castro Alves do Brasil, hoje que teu livro puro
torna a nascer para a terra livre,
deixam-me a mim, poeta da nossa América,
coroar a tua cabeça com os louros do povo.
Tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens.
Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar.
Em 1943, foi eleito senador da República. Indignado com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, começou a fazer vários discursos, criticando o presidente González Videla. Passou a ser perseguido pelo governo e foi exilado na Europa.
Em 1952, publicou “Os versos do capitão” e dois anos depois “ As uvas e o vento”. Recebeu o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebeu o título honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Ele fala nos Libertadores no capítulo IV :
XXIX- Castro Alves do Brasil
Castro Alves do Brasil, para quem cantaste?
Para a flor cantaste? Para a água
cuja formosura diz palavras às pedras?
Cantaste para os olhos para o perfil recortado
da que então amaste? Para a primavera?
Sim, mas aquela pétalas não tinham orvalho,
aquelas águas negras não tinham palavras,
aqueles olhos eram os que viram a morte,
ardiam ainda os martírios por detrás do amor,
a primavera estava salpicada de sangue.
- Cantei para os escravos, eles sobre os navios
como um cacho escuro da árvore da ira,
viajaram, e no porto se dessangrou o navio
deixando-nos o peso de um sangue roubado.
- Cantei naqueles dias contra o inferno,
contra as afiadas línguas da cobiça,
contra o ouro empapado de tormento,
contra a mão que empunhava o chicote,
contra os dirigentes de trevas.
- Cada rosa tinha um morto nas raízes.
A luz, a noite, o céu, cobriam-se de pranto,
os olhos apartavam-se das mãos feridas
e era a minha voz a única que enchia o silêncio.
- Eu quis que do homem nos salvássemos,
eu cria que a rota passasse pelo homem,
e que daí tinha de sair o destino.
Cantei para aqueles que não tinham voz.
Minha voz bateu em portas até então fechadas
Para que, combatendo, a liberdade entrasse.
Castro Alves do Brasil, hoje que teu livro puro
torna a nascer para a terra livre,
deixam-me a mim, poeta da nossa América,
coroar a tua cabeça com os louros do povo.
Tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens.
Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar.
Em 1943, foi eleito senador da República. Indignado com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, começou a fazer vários discursos, criticando o presidente González Videla. Passou a ser perseguido pelo governo e foi exilado na Europa.
Em 1952, publicou “Os versos do capitão” e dois anos depois “ As uvas e o vento”. Recebeu o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebeu o título honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Salvador Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo. Com a vitória de Allende, foi designado embaixador na França. Doente, retornou para o Chile em 1972.
Em 23 de setembro do ano seguinte, Pablo Neruda morreu, supostamente de câncer de próstata, na Clínica Santa Maria de Santiago (Chile). Sua morte ocorreu apenas 12 dias depois do golpe militar que tomou o poder e assassinou o presidente eleito Salvador Allende, mergulhando o país numa das fases mais negras de sua história. Quase 40 anos após a sua morte, foi aberto um inquérito para investigar se Neruda teria sido morto pelo regime de Pinochet.
Obras de Pablo Neruda:
Em 23 de setembro do ano seguinte, Pablo Neruda morreu, supostamente de câncer de próstata, na Clínica Santa Maria de Santiago (Chile). Sua morte ocorreu apenas 12 dias depois do golpe militar que tomou o poder e assassinou o presidente eleito Salvador Allende, mergulhando o país numa das fases mais negras de sua história. Quase 40 anos após a sua morte, foi aberto um inquérito para investigar se Neruda teria sido morto pelo regime de Pinochet.
Obras de Pablo Neruda:
Crepusculario.
Veinte poemas de amor y una canción desesperada.
Tentativa del hombre infinito.
El habitante y su esperanza. Novela.
Residencia en la tierra (1925-1931).
España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937).
Tercera residencia (1935-1945).
Canto general.
Todo el amor.
Las uvas y el viento.
Odas elementales.
Nuevas odas elementales.
Tercer libro de las odas.
Estravagario.
Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor).
Navegaciones y regresos.
Poesías: Las piedras de Chile.
Cantos ceremoniales.
Memorial de Isla Negra.
Arte de pájaros.
La Barcaola.
Las manos del día.
Fin del mundo.
Maremoto.
La espada encendida.
Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución
Para conhecer mais sobre Neruda e sua obra, visite o site mantido pela Universidade do Chile .
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