Considerada pelos críticos como uma das obras mais bem resolvidas da vertente regionalista do Romantismo brasileiro, Inocência explora de maneira exemplar as relações entre o homem e a natureza. Visconde de Taunay consegue apreender sua dimensão humana e física com descrições ricas e objetivas da vida sertaneja do interior do Mato Grosso na metade do século passado, combinando o discurso romântico com o realista e, com isso, produzindo um estilo raro na literatura brasileira, engendrando na obra elementos típicos de todas as histórias de amor e também elementos que descrevem a fala e o ambiente de uma região. O romance possui no seu núcleo uma história de amor impossível, que a vincula com alguns clássicos da literatura mundial; a jovem cabocla Inocência está prometida por seu pai ao rude sertanejo Manecão, mas apaixona-se pelo forasteiro Cirino, gerando uma série de conflitos devido ao rigoroso código de honra da época.
Quem foi Visconde de Taunay?
Alfredo d'Escragnolle Taunay nasceu no Rio de Janeiro, em 1843. Cursou a Escola Militar e, nomeado segundo-tenente, participou da Guerra do Paraguai. Com a retirada da Laguna e a derrota dos brasileiros, voltou ao Rio de Janeiro, onde publicou a primeira parte da obra A retirada de Laguna, escrita em francês. Ingressando na carreira política, exerceu as funções de deputado, presidente da Província do Paraná e senador. Recebeu o título de visconde. Taunay afastou-se da política após a proclamação da República. Morreu no Rio de Janeiro, em 1899.
Flávio Graziano
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