Por: Ana Lúcia Merege, Biblioteca Nacional
Publicado em 08/04/2010 Atualizado em 03/08/2010
Imagine a cena: você precisa fazer uma pesquisa urgente e resolve ir à biblioteca. Chegando lá, no entanto, descobre que não há catálogos nem sequer uma pista que leve você ao que está procurando. A única forma de tentar achar alguma coisa é vasculhando as estantes -- que, por sinal, também não estão organizadas. O jeito é perder um tempo precioso entre almanaques mofados e dicionários do tempo do seu avô até encontrar um livro ou revista que possa ser útil. Já pensou?
Ainda bem que existe alguém trabalhando para que isto não aconteça: o bibliotecário, cuja profissão é uma das mais antigas do mundo. Não acredita?!? Para você ter uma idéia: no século 7 antes de Cristo, a biblioteca do rei Assurbanipal, da Babilônia, tinha cerca de 30 mil obras escritas em tabuletas de argila. Com o passar dos séculos, novas bibliotecas foram surgindo, sendo a mais famosa a de Alexandria, no Egito. Na Idade Média, entretanto, muitas delas desapareceram, e as que restaram eram freqüentadas por uns poucos estudiosos. Felizmente, o surgimento da imprensa no século 15 e a valorização maior da cultura permitiram que os livros e as bibliotecas se multiplicassem, atingindo uma parte cada vez maior da população.
Hoje, para ser bibliotecário é preciso estudar Biblioteconomia, que pode ser definida como a área do conhecimento que estuda a organização, administração e utilização das coleções de livros e outros documentos. No Brasil, o curso dura quatro anos, é oferecido em várias universidades do país e tem o objetivo de preparar o profissional para organizar e manter uma biblioteca -- o que significa muito mais do que simplesmente "arrumar estantes". Saiba que, para atender às necessidades do público, é preciso ter uma boa cultura geral, aprender técnicas de catalogação e classificação e conhecer métodos de pesquisa. Um bom bibliotecário precisa também se manter informado e saber como passar essa informação para os leitores. Além disso, deve ter habilidade para se comunicar e muito jogo de cintura: imagine o que é lidar com vinte pessoas ao mesmo tempo, todas elas reclamando porque o último Harry Potter não foi devolvido na data marcada!
Em algumas bibliotecas, principalmente as públicas e as escolares, é comum os bibliotecários atuarem como agentes culturais, promovendo oficinas, exposições e sessões de leitura. Já nas bibliotecas especializadas, as coleções são voltadas para uma área restrita do conhecimento, mas as pesquisas são mais detalhadas. Assim, é importante que os bibliotecários conheçam o objeto de estudo dos pesquisadores, a fim de melhor ajudá-los em seu trabalho.
Neste momento, talvez você esteja pensando que boa parte das pesquisas, hoje em dia, é feita através da internet e de outros meios de comunicação, e que eles não têm nada a ver com as bibliotecas. Certo? Errado! Na verdade, os bibliotecários trabalham com informação, esteja ela em tabuletas de argila, em rolos de papiro, em livros ou até... em computadores! Isto é, a tecnologia muda, mas os métodos são os mesmos. Quer um exemplo rápido? Se você entrar num site de busca da Internet, vai encontrar tudo dividido em categorias, exatamente como no catálogo de uma biblioteca. Aliás, é cada vez mais comum que os próprios catálogos sejam informatizados, e os documentos guardados em arquivos eletrônicos. A quantidade de informações é cada vez maior, por isso é preciso haver profissionais dedicados a organizá-las e a torná-las disponíveis.
Assim, os bibliotecários têm um amplo campo de atuação, pois, além das escolas, universidades e outras instituições, eles podem trabalhar em editoras, centros de documentação, sites... O importante é que, seja qual for a área de trabalho, o bibliotecário esteja consciente do seu papel: contribuir, através do acesso à informação, para que todos adquiram mais educação e conhecimento, ajudando na construção de uma sociedade cada vez mais justa.
Publicado em 08/04/2010 Atualizado em 03/08/2010
Imagine a cena: você precisa fazer uma pesquisa urgente e resolve ir à biblioteca. Chegando lá, no entanto, descobre que não há catálogos nem sequer uma pista que leve você ao que está procurando. A única forma de tentar achar alguma coisa é vasculhando as estantes -- que, por sinal, também não estão organizadas. O jeito é perder um tempo precioso entre almanaques mofados e dicionários do tempo do seu avô até encontrar um livro ou revista que possa ser útil. Já pensou?
Ainda bem que existe alguém trabalhando para que isto não aconteça: o bibliotecário, cuja profissão é uma das mais antigas do mundo. Não acredita?!? Para você ter uma idéia: no século 7 antes de Cristo, a biblioteca do rei Assurbanipal, da Babilônia, tinha cerca de 30 mil obras escritas em tabuletas de argila. Com o passar dos séculos, novas bibliotecas foram surgindo, sendo a mais famosa a de Alexandria, no Egito. Na Idade Média, entretanto, muitas delas desapareceram, e as que restaram eram freqüentadas por uns poucos estudiosos. Felizmente, o surgimento da imprensa no século 15 e a valorização maior da cultura permitiram que os livros e as bibliotecas se multiplicassem, atingindo uma parte cada vez maior da população.
Hoje, para ser bibliotecário é preciso estudar Biblioteconomia, que pode ser definida como a área do conhecimento que estuda a organização, administração e utilização das coleções de livros e outros documentos. No Brasil, o curso dura quatro anos, é oferecido em várias universidades do país e tem o objetivo de preparar o profissional para organizar e manter uma biblioteca -- o que significa muito mais do que simplesmente "arrumar estantes". Saiba que, para atender às necessidades do público, é preciso ter uma boa cultura geral, aprender técnicas de catalogação e classificação e conhecer métodos de pesquisa. Um bom bibliotecário precisa também se manter informado e saber como passar essa informação para os leitores. Além disso, deve ter habilidade para se comunicar e muito jogo de cintura: imagine o que é lidar com vinte pessoas ao mesmo tempo, todas elas reclamando porque o último Harry Potter não foi devolvido na data marcada!
Em algumas bibliotecas, principalmente as públicas e as escolares, é comum os bibliotecários atuarem como agentes culturais, promovendo oficinas, exposições e sessões de leitura. Já nas bibliotecas especializadas, as coleções são voltadas para uma área restrita do conhecimento, mas as pesquisas são mais detalhadas. Assim, é importante que os bibliotecários conheçam o objeto de estudo dos pesquisadores, a fim de melhor ajudá-los em seu trabalho.
Neste momento, talvez você esteja pensando que boa parte das pesquisas, hoje em dia, é feita através da internet e de outros meios de comunicação, e que eles não têm nada a ver com as bibliotecas. Certo? Errado! Na verdade, os bibliotecários trabalham com informação, esteja ela em tabuletas de argila, em rolos de papiro, em livros ou até... em computadores! Isto é, a tecnologia muda, mas os métodos são os mesmos. Quer um exemplo rápido? Se você entrar num site de busca da Internet, vai encontrar tudo dividido em categorias, exatamente como no catálogo de uma biblioteca. Aliás, é cada vez mais comum que os próprios catálogos sejam informatizados, e os documentos guardados em arquivos eletrônicos. A quantidade de informações é cada vez maior, por isso é preciso haver profissionais dedicados a organizá-las e a torná-las disponíveis.
Assim, os bibliotecários têm um amplo campo de atuação, pois, além das escolas, universidades e outras instituições, eles podem trabalhar em editoras, centros de documentação, sites... O importante é que, seja qual for a área de trabalho, o bibliotecário esteja consciente do seu papel: contribuir, através do acesso à informação, para que todos adquiram mais educação e conhecimento, ajudando na construção de uma sociedade cada vez mais justa.
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