História:
Em 1940, no México, foi realizado o I Congresso Indigenista Interamericano, com a presença de diversos países da América e os índios, tema central do evento, também foram convidados. Como estavam habituados a perseguições e outros tipos de desrespeito, preferiram manter-se afastados e não aceitaram o convite.
Origem:
Existem muitas teorias, algumas até excêntricas, sobre a origem dos índios no continente americano, mas nenhuma comprovada. Ainda hoje, físicos, geólogos, arqueólogos, antropólogos e etnólogos dedicam-se a pesquisas para descobrir de onde vêm os índios, os primeiros habitantes da América.
O objetivo disso tudo é conhecer os pontos por onde os primitivos habitantes chegaram ao continente, quando isso aconteceu, de onde vieram e como foi direcionado o povoamento do Novo Mundo.
Os pesquisadores acham que os índios são descendentes de asiáticos, que vieram através do Estreito de Bering, sendo esta a migração mais importante para o povoamento da América. Estima-se que os primeiros habitantes chegaram ao continente americano há 40 mil anos passados, na última idade glacial.
500 anos de sofrimento:
No ano de 1500, aqui viviam aproximadamente 6 milhões de pessoas, pertencentes a mais de 900 povos indígenas, que falavam mais de 180 línguas diferentes. No entanto, até hoje a história oficial e os meios de comunicação continuam chamando de “descobrimento” esse capítulo de uma história que começou milhões de anos antes. Descobrir, diz o dicionário, é achar pela primeira vez. Neste caso, foram os índios que descobriram o Brasil, pois seus ancestrais viviam aqui há mais de 40 mil anos.
Pero Vaz de Caminha, escrevendo ao rei de Portugal, refere que os primeiros encontros com os povos que aqui viviam foram cordiais, cercados de trocas de presentes e de entusiasmo. Impressão portanto positiva, mas não suficiente para anular a carga de preconceitos que eles traziam. Assim, diferenças culturais passaram a ser vistas como pecados, atrasos, signos de primitivismo que deveriam ser superados.
Posteriormente, houve uma política de extermínio e de escravização dos povos que aqui viviam. Toda a América traz as marcas dessa brutal invasão. Frei Bartolomé de Las Casas, dominicano espanhol, presenciou a ação dos conquistadores no século XVI. Em 1511 o Frei escreveu:
“Certa vez os índios vinham ao nosso encontro para nos receber, à distância de dez léguas de uma grande vila, com víveres e viandas delicadas e toda espécie de outras demonstrações de carinho. Mas eis que os espanhóis passam a fio de espada, na minha presença e sem causa alguma, mais de três mil pessoas, homens, mulheres e crianças, que estavam sentadas diante de nós. Eu vi ali tão grandes crueldades que nunca nenhum homem vivo poderá ter visto semelhantes...”
Hoje, no Brasil, a população indígena restante conta com cerca de 330 mil pessoas, pertencentes a 215 nações sobreviventes. Refletir sobre os povos indígenas é mais do que lamentar so povos desaparecidos, a opressão, a violência, a condição de miséria e exclusão. Esta reflexão convida a relembrar a histórica luta de resistência dos povos indígenas ao longo destes cinco séculos. É fortalecer os fios que tecem a rede da solidariedade cotidiana, que se manifesta na prática de todos, e no apoio a causa dos oprimidos.
Vale lembrar que a Campanha da Fraternidade de 2002 trouxe o tema “Fraternidade e povos indígenas”.
Referências: