A Campanha da Fraternidade de 2011 enfoca uma mudança global. Tornados, furacões, enchentes, catástrofes, secas, queimadas, nevascas, desertificação da terra são sinais dos tempos. Com o crescimento e desenvolvimento econômico, tem-se um preço alto a pagar, ou seja, a depredação da natureza, que geme em dores de parto.
A bíblia fala destes fatos, e eles são o rosto do “pecado cósmico” (Cf. Rm 8). A condição humana é vítima de si mesmo, do seu egoísmo consumista e lucro a todo custo. Eis a “lógica do mais forte”. Há uma arrogância capitalista que destrói a vida e compromete a sobrevivência das gerações futuras e do cosmos. Estamos diante de uma realidade grave e que clama por urgência na busca de soluções.
A terra é casa de todos e cabe a nós zelar por ela, cuidar da mãe terra. A Palavra de Deus (Gn 2, 15) ordena que é nosso dever “cultivar e guardar” o jardim que o Criador nos confiou. Faz-se necessária uma “conversão ecológica”, pois o jardim está virando deserto. É preciso com urgência apressar a globalização da educação ambiental, da consciência ecológica, da ética do cuidado, da mudança de mentalidade, de hábitos, de estilo de vida.
Assim, a CF-2011 quer gritar em favor da “salvação da criação” e nos ajudar a escolher a vida. A natureza grita, geme e clama por mais cuidado e responsabilidade. O fato é que ou mudamos ou perecemos. Ainda há tempo para mudar. Aquele que está fazendo a sua parte, está colaborando, está apontando soluções, desde o gesto mais simples de colocar o resíduo no lugar certo.
Há microssoluções preciosas, mas são de extrema urgência as macrossoluções. Economize água; jogue o resíduo no residuário; procure manter todas as suas coisas em ordem; separe o resíduo seco do orgânico; Adote a ideia dos “três erres”: reduzir, reutilizar e reciclar.
As razões humanitárias, sociais e teologais nos levam a compreender a urgência da questão ecológica. Temos de ter humildade e bom senso para admitir que a criação é dom de Deus, que a terra é nossa casa, e é neste lugar que Deus revela seu amor por nós.
Toda a criação é o abraço, o beijo, o toque de Deus, por meio dos quais percebemos a sabedoria, a beleza, a bondade das criaturas e por eles chegamos ao Criador, ao Sumo Bem. Deus criou tudo e de forma generosa, abundante, e o ato de destruir a natureza equivale a uma ofensa ao Criador. O provérbio popular nos diz: “Deus perdoa tudo, todos sempre, os homens de vez em quando, e a natureza nunca”.
Pe. Domingos Chagas, SJ
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