Exibindo imenso talento artístico, valeu-se da escrita, do desenho, da escultura e do artesanato, para imortalizar todo o universo legado pelos antigos colonos açorianos através dos seus descendentes, dos quais foi um dos seus maiores representantes. As narrativas fantásticas sobre bruxarias, ricamente ilustradas, compõem o cerne do grande acervo deixado por Franklin Cascaes, tornando-o um dos maiores defensores da tradição popular ilhoa. Na sua paciente pesquisa, desenvolvida ao longo de trinta anos, conseguiu salvar a memória da cultura popular de Santa Catarina. Faleceu na Ilha de Santa Catarina, terra tão venerada por ele, no dia 15 de março de 1983.
Com a chegada do centenário do nascimento do Estudioso Bruxólico, surgiu a idéia de homenageá-lo com uma coletânea de contos, confeccionados por 13 dos melhores escritores catarinenses, incorporando toda a linguagem e a mitologia construída por Cascaes. O homenageado, aqui, torna-se protagonista de seu próprio universo fantástico, alçado à condição de personagem da mitologia que ajudou a resgatar. De leitura tão agradável quanto enriquecedora, os 13 contos desdobram facetas múltiplas do gênio bruxo e a herança que nos legou, entrelaçando com habilidade ficção e realidade, memória e imaginação.
Os 13 contistas (na melhor adequação buxólico-cabalística), convertidos em "Cascaes", que com fina ironia, se esgueiram entre tocas de boitatás e reuniões bruxólicas, são: Salim Miguel, Flávio José Cardozo, Adolfo Boos Jr., Amilcar Neves, Eglê Malheiros, Fábio Brüggemann, Jair Francisco Hamms, Júlio de Queiroz, Maria de Lourdes Krieger, Olsen Jr., Péricles Prade, Raul Caldas Filho e Silveira de Souza.
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